Algumas horas depois de chegar ao hospital, o soro foi retirado de seu braço, mas não foi realizada compressão da veia, de forma que no local onde estava o soro começou a sangrar levemente. Em pouco tempo, o homem despertou sozinho e logo viu que estava deitado perto de dois outros pacientes. Não demorou também a notar o braço ensanguentado.
Os dois outros homens estavam acordados. Um, mais jovem, tinha sofrido uma fratura na perna. O outro, de meia idade, estava internado por qualquer outro motivo. O rapaz aproveitou, portanto, para saber o que tinha acontecido, pois não lembrava de nada. Perguntou o que estava fazendo no hospital e por que o braço cheio de sangue.
"Eles tiraram sangue do seu braço" explicou o homem de meia idade. "Eles fazem isso aqui. Tiram sangue e depois lhe pagam alguma coisa"
Dizendo isso, o homem retirou do bolso uma nota de cinquenta reais e mostrou, dizendo que tinha sido o pagamento. O acidentado na mesma hora se animou e disse que também queria o dinheiro dele. Começou a chamar todos os funcionários do hospital que passavam por perto, sempre questionando do dinheiro. Até que uma enfermeira resolveu parar para acudir o homem.
"Senhor, isso é alguma brincadeira. Ninguém recebe dinheiro aqui, não"
Depois que a enfermeira se afastou, o acidentado, confuso, olhou para o fraturado e perguntou:
"Ele está mentindo mesmo?"
E o fraturado respondeu:
"Claro que não. Também me pagaram"
E tirou do bolso um cheque. Aquilo foi o suficiente para o acidentado ficar louco, gritando para todos os lados que também queria receber o pagamento dele, que ninguém ia roubar seu sangue sem lhe pagar. A agitação foi tamanha, que o homem acabou tendo de ser amarrado à maca em que estava e, assim, passou todo o resto da noite: amarrado, imobilizado, mas gritando que exigia o dinheiro do sangue que havia dado.
PURO SANGUE é uma música de Charlie Brown Jr.
Seria cômico se não fosse trágico .Coitado desse homem.
ResponderExcluir